11 de julho de 2010

Introspect (parte 1)

   Meu temperamento explosivo nunca a incomodou. Minha inconstância sentimental, idem. Meus sumiços repentinos eram motivo de piada e, nas palavras dela, sempre se transformavam em um assunto ameno. Ela era diferente; eu sabia que era. Mas como um covarde, fugi. Seria medo de amar? Medo do amor, essa faca de dois gumes que ora te acaricia, ora apunhala violentamente e te deixa sangrando? Sua vida sentimental se esvaindo, e você em um canto escuro, acuado, sem saber o que fazer.
   Ah, o amor... Sentimento contraditório, meta de milhões de pessoas, sonhos de milhares de candidatas a princesas e postulantes a príncipes. A utopia de amar, a fantasia da paixão, esse fogo fátuo que arde e te consome. Dizem por aí que há diferenças e controvérsias entre os dois, mas eu não sei. Só sei que espero te ver de novo por aqui um dia e celebrar sua visita por toda a eternidade. Sem sustos. Sem espaço pra mais nada.
   Só quero ser sufocado até desmaiar de prazer em cima de uma cama macia e aconchegante, onde possa descansar um tempo, pra estar acordado quando você quiser vir.
   Ah, não esqueça de entrar sem bater.

3 comentários:

Amanda Cavalcanti disse...

caracaa,

profundo heinn.

gosteii *-*

Silvana Persan disse...

Mais uma dose para quem quer se apaixonar "como quem pede desculpas pra si mesmo".

Monalisa Marques disse...

Eu diria a esse cara: Vai atrás dela.