10 de junho de 2010

Ela disse adeus

" Now the deed is done.
   As she bleed, she's gone.
   Let her get on with life, let her have some fun."
 

   Pouquíssimas vezes disse adeus de forma definitiva pras pessoas. Por vezes meu orgulho leonino foi o culpado, por outras simplesmente concluí internamente que manter contato com certo tipo de gente não me seria mais interessante ou ainda, simples discussões tomaram rumos inesperados não restando outra alternativa senão uma despedida forçada.
   E numa dessas lá estavamos: Dois adolescentes querendo ser adultos, do alto de nossos dezessete/dezoito anos discutindo por nada. Besteiras sem sentido, palavras sem valor, mas que doeram.

"Meu amor, minha guerra, eu erro e você erra." 

   Desde sempre tenho plena consciência de que tudo que falei e fiz foi com o único intuito de te atingir e tentar, em atitudes desesperadas e irresponsáveis, te provar quem você realmente era pra mim... Em vão. Após um belíssimo tiro no pé, cá estou eu de novo te tornando tema de texto pela segunda vez em três anos.
   Fato é que, pelo menos pra você, cinco anos não foram o bastante e, de certa forma, entendo o porquê. Só não consigo aceitar que quase dois mil dias depois daquela ligação em uma noite fatídica de carnaval as coisas tenham que se manter da mesma forma. Hoje percebo o quanto uma mudança significativa te faz evoluir e, por mais que eu tenha passado um bom tempo com o "coração na mão como um refrão de bolero, sincero como não se poderia ter sido, ter cometido um erro tão vulgar" e ter vivido durante "eras" confortado por "vinhos baratos e cigarros no cinzeiro", confesso que cansei de "olhar pro espelho e ver só uma cara embrigada" e rasguei o véu que embaçava minha visão dos fatos, deixando pra trás, assim, toda melancolia e o sofrimento que um dia me permearam.
   Depois do dia nove de maio desse ano percebi o quanto nada disso importa pra você. Honestamente, fico em dúvida se um dia realmente importou ou se era tudo falso; um fingimento barato disfarçado de amor vazio, cujas promessas - pretensamente feitas pra durarem eternamente - não passaram de verborragia. Sei que vou ficar com essa incerteza até o fim da minha existência e possivelmente nem em outra vou descobrir a verdade.

"Quem vive mente mesmo sem querer e fere o outro não pelo prazer, mas pela evidente razão... Sobreviver."

   Virar as costas e ignorar o passado é puro sinal de covardia, ou seria só mais uma atitude típica de adolescente? Dadas as circunstâncias, resta-me apenas seguir meu rumo e retribuir com lamento o nosso último adeus.

7 comentários:

Paty disse...

Oi! Obrigada pela mensagem e visita no meu blog. Obrigada pela dica de criar uma lista de baladas, vou pensar sobre isso, Se quiser ver outras, há um marcador no blog " baladas do rock" com postagens mais antigas.
Vc se expressa muito bem, parabéns pelo texto. E pode ter certeza que o passado não pode ser apagado, o que vivemos lá atrás faz o que somos hoje.

Monalisa Marques disse...

Virar as costas e ignorar o passado é uma forma de adiar o sofrimento.

Eu faço isso, e nem sou leonina.

felipesfr disse...

nossos atos..
como é bom é falar em liberdade, mas nunca se chega na questão da responsabilidade... queremos ser livres sem ter responsabilidade sobre nós mesmos...
e seu texto é rico para mim quando fala de seus arrependimento do quanto somos responsaveis pelo nosso próprio destino, pelas ação.. e que mesmo que com erros no passado ainda temos controle suficiente sobre nós para novos acertos, pois achar que não existe controle sobre nós também é uma escolha daquilo que escolhemos acreditar...

perfeito o texto..

Luciana Gomes disse...

O grande problema é que por mais q a gente tente fugir ou ignorar, o nosso “erro vulgar” continua nos perseguindo a noite, ou a vida inteira. Encarar dói, mas é como arrancar um esparadrapo... dps passa!
Promessas o ventos leva e por mais q as palavras[ditas e não-ditas] possam nos ferir, isso só acontece se permitirmos!..
Ótimo texto

http://luparaiso.blogspot.com/

Bárbara Rubim disse...

Nossa... Sei bem o que é esse texto, pois, no passado, eu mesma tantas vezes escrevi textos semelhantes a esse em minha mente, criando um adeus que nunca de fez necessário porque a pessoa nunca voltou.
Ignorar é possível, sim. Mas, volta e meia, dia ou outro, você se pega pensando: "o que teria acontecido se eu...?"
É assim comigo até hoje...

http://encantosedesencantosdecadadia.blogspot.com/

Publicidade de Salto disse...

Que legal esse trecho:
"Quem vive mente mesmo sem querer e fere o outro não pelo prazer, mas pela evidente razão... Sobreviver."
Adorei o blog, visita lá o meu!
http://publicidadesaltoalto.blogspot.com

xoxo.

Publicidade de Salto disse...

Huum, nunca tinha ouvido falar dessa banda. Vou procurar essa música depois. Obrigada pela visita!