3 de maio de 2010

Holy Wars

    Ainda mantendo a discussão sobre crenças, religiões e mitos, vou me ater a seguinte questão: É válido matar e morrer pela fé?
    Faço essa pergunta por conta das milhares de atrocidades pelas quais a humanidade vem passando há eras, pelas guerras iniciadas em nome de deuses e divindades quaisquer e pela guerra diária que os mais ortodoxos travam com os que, em sua concepção, são "impuros" por não compartilharem de sua crença. Será que existe de fato algum deus que tenha deixado como legado rastros de sangue, ódio e fanatismo a seus seguidores? Seria esse o verdadeiro significado da religião: "Tentar abrir os olhos dos infieis - de qualquer modo - às verdades que só um ser superior pode conceder?" Será que esse ser superior realmente existe?
    Talvez não tenha me feito totalmente claro no meu último texto sobre isso (Deus, um delírio), mas gostaria de esclarecer que, apesar de não crer em qualquer divindade que possua nome e sobrenome, acredito na existência de forças superiores e mantenedoras do equilíbrio atuando diariamente em nosso universo. Pode parecer uma posição um tanto contraditória, mas minha contestação não se faz única e exclusivamente a fé ou ao fato de não tê-la, mas nas ideias e nos atos que os homens ao longo do tempo forjaram se baseando nela. Sou terminantemente contra as igrejas católica e evangélica por uma série de fatores históricos, dogmáticos e ideológicos, mas, mais do que isso, me vejo na obrigação de ser contra muçulmanos terroristas, bandidos travestidos de pastores e toda sorte de gente que usa o nome de deus visando angariar dinheiro dos mais humildes e fervorosos em sua fé, maníacos sexuais disfarçados de padres, homens, mulheres, crianças e adolescentes que te param no meio da rua para entregar papelzinho com a palavra de Deus, dizendo que essa é sua única forma de salvação, sou contra qualquer tipo de manifestação religiosa em locais públicos sem a devida autorização... Enfim, de uma série de coisas que diariamente se é noticiado e visto.
    Finalizando, por mais óbvio que este texto possa parecer, espero ter deixado claro que, mais do que simplesmente ir de contra qualquer tipo de fé, contesto todo tipo de radicalismo e de atitudes irracionais tomadas em nome de qualquer ser. Religiões e deuses foram inventados pelo homem que, desde sempre, vem corrompendo os ideais primários de suas próprias crenças, restando-me apenas dizer que, assim como a matemática, as religiões são boas e puras, o único problema são os homens.

"I don't want to start any blasphemous rumors, but i think that god's got a sick sense of humor. And when i die, i expect to find him laughing."

Depeche mode - Blasphemous Rumours

4 comentários:

Anônimo disse...

discordo,por parte do seu comentário,nos tempos antigos muitas civilizações tinha potencial com a astronomia,por exemplo os astecas a astronomia deles é a base é todo a construção da nossa astronomia,os nomes das constelações,calendários,tudo foi por base em civilizações antigas.

disse...

A impressao que tenho hj quando paro para analisar tais assuntos (pq nao paro muito pra pensar nisso) é que o que estraga a fé sao as religioes!!!
A fé é uma só, mas resolveram colocar tantos nomes por aí que os muros foram construidos. E esses nao serao derrubados nunca mais!

Bjs

mulherices disse...

Em primeiro lugar, obrigada por nos prestigiar tão prontamente.Quanto ao seu post, compreendo o sentimento. As pessoas às vezes confundem a crítica sobre o fanatismo religioso com a total falta de fé em tudo. Entendo seu desabafo e concordo com muito do que escreveu. E como sempre - gosto muito de seus posts.
Abraços.
Lílian Buzzetto do Mulherices.

Wander Shirukaya disse...

Vc não acha q no caso da corrupção dentro da religião o problema não seja exatamente a religião? Como o conselheiro Aires ("Esaú e Jacó", de Machado de Assis) diz, não é a oportunidade que faz o ladrão, o ladrão já vem pronto. ^^


Gde abraço!